População de Fajões nutre enorme carinho pela sua banda

 

A população da freguesia de Fajões orgulha-se da sua banda de música. A instituição é vivida com grande intensidade, quer pela Direção, quer pelos músicos. “Conseguimos ter aqui um ambiente bom onde os miúdos se sentem bem e querem estar”, diz António Aguiar, presidente da Direção da Banda Musical de Fajões. O futuro da filarmónica está assegurado com a escola de música não existindo dificuldade em captar jovens. Muita dedicação e gosto de quem está à frente desta associação tem levado a banda de música a bom porto.

A Banda Musical de Fajões recomenda-se?
Somos uma das bandas mais jovens do concelho que teve momentos de muitas dificuldades mas que nunca interrompeu a sua atividade dando muito prestígio ao concelho. Todos os fajoenses e a comunidade oliveirense se podem orgulhar da sua história.
 
São maiores ou menores as dificuldades hoje?
Se com uma boa organização e uma boa gestão de recursos temos as dificuldades que temos elas eram maiores no passado.

Então as maiores dificuldades que se colocam hoje são financeiras…
Sim. A nossa banda é uma associação que não consegue gerar fundos que sustentem a sua atividade.
Temos que recorrer sempre a outros meios para manter a coletividade viva e a funcionar. Colmatamos as dificuldades com as quotas dos sócios que são 300 neste momento. Atualmente temos em preparação uma nova campanha de angariação de novos sócios. Anualmente organizamos o nosso almoço no qual reunimos cerca de 400 pessoas e essa é a maior fonte de receita. Temos ainda as Janeiras e alguns beneméritos que nos vão ajudando periodicamente e participamos em alguns eventos onde possamos angariar verbas.

Mas há futuro para esta filarmónica?
A banda terá futuro enquanto tiver pessoas dispostas a abdicar de parte da sua vida para dar continuidade ao trabalho desenvolvido. Isto exige dedicar muito tempo e, essencialmente, gostar do que se faz.

É importante a banda sentir-se também acarinhada?
A banda sente-se bastante acarinhada pela população. Sentimos que somos apoiados por toda a população de Fajões e até pelas freguesias vizinhas. É relevante o facto de termos na nossa escola de música alunos de freguesias vizinhas, quer do concelho de Oliveira de Azeméis, quer dos municípios de Arouca e Santa Maria da Feira.

Há dificuldade em recrutar jovens para a escola de música?
N
ão temos dificuldade em captar jovens para a música. Houve alturas em que fazíamos algumas campanhas junto da escola primária e da catequese. Atualmente quase não fazemos isso porque os pais sabem que a escola de música funciona muito bem, confiam nas pessoas que estão na Direção e depois conhecem os exemplos dos que já cá estão. Os jovens sentem-se bem, gostam e esse sentimento vai passando para os irmãos mais novos e para os amigos. Conseguimos ter aqui um ambiente ótimo onde os miúdos se sentem confortáveis e querem estar. Temos oito dezenas de alunos na escola.

A escola vai muito mais para além do ensino da música…
Sem dúvida. Aqui não se aprende só música, incute-se regras. A música exige muito em termos de concentração e ajuda os jovens no seu desenvolvimento cognitivo. Além de lhe transmitir conhecimentos musicais, a escola é uma componente educacional que lhes traz muitos benefícios para a vida.

 É impensável a banda sem uma escola de música?
A escola é fundamental para a sobrevivência da banda porque garante a formação de músicos que depois vão incorporar o corpo musical da banda. De outra forma era insustentável estar a contratar todos os músicos de fora.

 

Face aos tempos atuais as bandas têm necessidade de se reinventar na forma de se apresentarem ao público?
Sim mas esse processo de mudança não se faz de um momento para o outro, é progressivo mas não é um virar de página. A génese das bandas filarmónicas são as festas e as romarias e temos de ter um reportório adequado para quem nos ouve. A nossa filarmónica, e porque os músicos são mais jovens, já procura ter um reportório diferente. Temos de captar outro tipo de público, mais jovem, e manter o reportório tradicional para agradar a um público mais antigo. As bandas vão mudando o reportório e a qualidade da música interpretada é cada vez maior porque temos muitos músicos profissionais na banda e o género de música começa a ser também diferente.

É importante a realização anual do encontro de bandas filarmónicas do concelho?
É importante porque é uma forma de juntar as bandas todas do concelho. A partir da primeira edição nós, diretores das bandas, travámos uma amizade que antes não existia. Estamos no mesmo barco, comungamos das mesmas dificuldades então porque não estarmos unidos, partilharmos, falarmos uns com os outros, convivermos, juntarmo-nos e assim ganharmos maia força junto das entidades superiores para conseguirmos outro tipo de apoios que todos precisamos? Acho excelente o encontro anual e essa é também uma boa forma de divulgar a filarmonia e as bandas do nosso concelho. Era bom que este encontro evoluísse para algo maior.

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